quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Governo de SP protege cães da leishmaniose

Em todo o Brasil, animal contaminado com a doença deve ser sacrificado
O Brasil é o único país do mundo que mata animais com a desculpa de controle da doença
Todos os outros países tratam os animais com leishmaniose


Para impedir que São Paulo sofra um surto de leishmaniose visceral canina, o governo estadual pretende distribuir, pela região de Adamantina, coleiras com repelente contra o mosquito que transmite a doença. O produto seria utilizado pelos cães para impedir a presença do mosquito palha, conhecido como cangalinha em outras partes do estado.


Além disso, microchips também seriam implantados nos animais, o que facilitaria o controle sobre o tratamento dado por seus donos. Os veterinários também querem que o Brasil altere uma polêmica regra, que determina o sacrifício de todos os cachorros contaminados.


Em entrevista a Patricia Rizzo, Ricardo Ciarávolo, pesquisador da Superintendência de Controle das Endemias de São Paulo, mencionou a força do repelente para impedir a contaminação com leishmaniose, enquanto Mauro Alves, veterinário e consultor da Rádio Jovem Pan, comemorou a atitude do governo paulista.


De acordo com ele (que elogiou a implantação dos chips), a distribuição das coleiras é o primeiro passo para uma mudança de atitude. Além disso, continuou, o sacrifício dos cães é um grande erro, já que existem medicamentos que permitem o tratamento da leishmaniose visceral canina.

FONTE - JOVEM PAN

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dr. Vitor Marcio Ribeiro fala sobre Leishmaniose

Primeiro Foro Nacional Veterinário sobre Leishmaniose Visceral Canina - Argentina




Dr. Vitor Marcio Ribeiro fala sobre Leishmaniose e sobre a matança indiscriminada de animais que acontece a decadas, enquanto o numero de casos humanos só tem aumentado.
Leia a materia, clique aqui

Vitor Marcio Ribeiro
.graduado em MV pela UFMG - 1980
.mestrado em 1988 - pela UFMG em Medicina Veterinaria Preventiva
.doutorado em 2001 - em Parasitologia - pelo ICB UFMG
.Diretor Clínico Clinica Veterinaria Santo Agostinho
.Professor das disciplinas de doenças infectocontagiosas e parasitarias de pequenos animais, clinica médica de pequenos animais, extensao veterinaria da EV PUC MINAS
.Presidente da ANCLIVEPA MG
.Conselheiro do CRMV MG

Secretaria de Saúde de SP implantará microchips em cães para controlar leishmaniose

A Secretaria da Saúde paulista resolveu recorrer à tecnologia para combater a contaminação de - e, consequentemente, a transmissão para humanos - por leishmaniose.
A partir desta terça-feira (19), animais que vivem em dez cidades da região de Marília (interior de São Paulo) serão alvo do programa-piloto Legal para Cachorro, criado a partir da proposta de monitorar, pelos próximos dois anos, a população canina e os casos da doença. A participação é gratuita.

Cerca de 20 mil cães participarão do programa. Cada um receberá um implante com microchip, que armazenará informações como o endereço de seu proprietário e os resultados dos exames laboratoriais de sangue realizados ao longo da pesquisa. A meta é identificar casos especificamente de leishmaniose visceral americana. Segundo a secretaria, nos anos de 2008 e 2009 foram registrados 96 casos desta doença e também oito mortes entre humanos, na região.

O protozoário Leishmania chagasi, causador da doença, é transmitido aos seres humanos por meio da picada de um mosquito que também pode infectar cães. Nas pessoas, os principais sintomas são alterações no fígado, nos rins, no baço e na medula óssea. O cachorro infectado pode ficar de seis meses a dois anos sem apresentar nenhum sintoma da doença. Por isso a prevenção nos animais é tão importante (leia mais).
As cidades participantes são Adamantina, Flórida Paulista, Inúbia Paulista, Lucélia, Mariápolis, Osvaldo Cruz, Pacaembu, Pracinha, Sagres e Salmorão. A ideia é expandir o projeto para outras regiões do Estado.

Em Adamantina, os cães receberão também uma coleira com efeito repelente e inseticida, que ajudará a espantar e a matar o flebotomínio (inseto transmissor da doença). Os 4.000 cães do município servirão de controle para comprovar a eficácia da coleira.

A secretaria investigará ainda os hábitos alimentares dos insetos. A partir de exames do conteúdo estomacal dos transmissores, será possível identificar o sangue de espécies de animais picados.

FONTE - R7

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Governo planeja distribuir coleira contra leishmaniose

Cão é reservatório do parasita causador da doença e, quando contaminado, tem de ser levado para eutanásia; projeto aguarda previsão orçamentária

O BRASIL É O ÚNICO PAÍS NO MUNDO QUE MATA CÃES COM LEISHMANIOSE,TODOS OS OUTROS TRATAM A DOENÇA.

CERCA DE 48% DOS RESULTADOS DOS EXAMES SOROLÓGICOS REALIZADOS NOS CÃES PARA DIAGNOSTICAR A DOENÇA, APRESENTAM UM RESULTADO FALSO POSITIVO

Uma nova estratégia para combater o avanço da leishmaniose no País passa a ser avaliada pelo Ministério da Saúde: a distribuição de coleiras caninas com repelente para o mosquito transmissor da doença. A ideia é fazer um estudo-piloto e, se a medida for de fato eficiente, uma ação de maiores proporções poderia ser desencadeada.

Anunciado por representantes do ministério durante o 16.º Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária, na semana passada, o projeto aguarda previsão orçamentária. Mesmo sem recursos definidos, a empresa produtora da coleira disse ter sido sondada por representantes da pasta para verificar se há condições de atender um aumento repentino na demanda.

Transmitida por meio da picada de um inseto conhecido como mosquito-palha contaminado, a leishmaniose, que até alguns anos tinha como cenário principal ambientes rurais, passou a atingir também centros urbanos. De 2000 a 2009 foram registrados 34.583 casos no País, com 1.771 mortes.

O combate a esse avanço apresenta um grande complicador. Cães são reservatórios do parasita causador da doença. Quando o animal está infectado e é picado, ele pode contaminar o mosquito. Quando a infecção do animal é confirmada, o Ministério da Saúde afirma que a única alternativa é encaminhar o animal para eutanásia. Recomendação que não é acatada por boa parte dos tutores. Muitos até importam medicamentos para fazer tratamento nos cães, prática condenada pelo governo.

“A eutanásia se mostrou uma medida ineficaz. As pessoas acabam transferindo seus bichos para outras cidades, para outros bairros, o que aumenta ainda mais o risco de expansão do problema”, diz a presidente da União Internacional Protetora dos Animais, Vanice Orlandi.

Em Brasília, a leishmaniose em cães começou a aumentar a partir de 2008. Um inquérito feito no Lago Norte, área nobre da capital, mostrou que 18% dos 5 mil cães analisados estavam doentes. Na época, moradores que não queriam entregar seus animais para a Vigilância procuraram advogados, levaram seus bichos para outros lugares ou mentiram sobre suas mortes.

Outra estratégia é borrifar inseticida em áreas infestadas. O problema é que a identificação dos criadouros não é tarefa fácil. “As coleiras impedem que o cachorro seja picado, o que ajuda a interromper o ciclo da transmissão da doença”, diz o gerente da empresa fabricante, Marco Castro. Mas o produto é caro, tem de ser trocado a cada seis meses e não há nenhum estudo no Brasil que comprove a eficácia da distribuição em massa. Segundo Castro, um trabalho para avaliar o impacto da distribuição de coleiras foi desenvolvido em Campo Grande. Os resultados, porém, ainda não estão disponíveis.

Fonte: Estadão


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Coleiras com Deltametrina reduzem em 80% a incidência de Leishmaniose canina e humana


Estudo conduzido ao longo de dois anos no estado de São Paulo, Brasil

Todos os anos, a doença é responsável por meio milhão de novos casos de infecção e de 60 mil mortes na população humana.

 
A investigação conduzida pela Dra. Vera Camargo-Neves, em parceria com especialistas da Universidade de São Paulo, teve como objectivo avaliar a eficácia das coleiras impregnadas de deltametrina a 4% no controlo da Leishmaniose visceral.

O estudo Use of deltamethrin impregnated collars at 4% in the American visceral leishmaniasis control mostra uma redução de 80% do número de casos de Leishmaniose canina e humana através da aplicação destas coleiras nos cães, já recomendadas anteriormente pela Organização Mundial de Saúde.

Em apenas 25 meses, as coleiras Scalibor promoveram uma diminuição dramática da incidência da doença e abriram a possibilidade de se alcançar um controlo mais eficaz: «o uso de coleiras impregnadas com deltametrina a 4% mostrou um efeito letal para as diferentes espécies de flebótomos. O tempo de repelência pode variar entre as 32 e as 36 semanas», explica a investigadora Vera Camargo-Neves.

«Os resultados indicam que o uso destas coleiras é eficaz no controlo da doença quando associado a outras medidas de prevenção, tais como evitar os passeios, sobretudo entre o entardecer e o amanhecer, pois corresponde ao período de actividade dos mosquitos. É importante assegurar um bom estado de saúde do animal, para proteger o seu sistema imunitário e manter uma boa alimentação, a vacinação em dia e a desparasitação regular», diz a especialista.

É importante que todos os países endémicos, onde o risco de infecção nos cães é elevado, como é o caso de Portugal, continuem activos no controlo da doença. Porém, as alterações climáticas e as migrações de humanos e animais podem vir a alterar, significativamente, o panorama geográfico desta patologia.

Dados sobre o Estudo:
A investigação teve o apoio da Intervet/Schering-Plough e consistiu na aplicação de coleiras impregnadas de deltametrina na população canina do município de Andradina, no estado de São Paulo, Brasil - (55.161 habitantes e 15,600 cães). Todos os cães com resultado serológico negativo receberam a coleira.

As coleiras foram constituídas por material PVC, com 65cm de comprimento, 25g de peso e impregnadas com 40mg de deltametrina.

Este trabalho foi apresentado no 2nd International Congress on Canine Leishmaniasis que ocorreu em Pisa, Itália, nos dias 17 e 18 de Abril de 2010.

Sobre a Leishmaniose Canina:
A Leishmaniose Canina é uma infecção grave dos cães causada pelo parasita Leishmania e transmitida por um insecto, denominado de flebótomo. É uma doença de evolução crónica que, sem tratamento, leva à morte do cão. É transmissível ao Homem e constitui um risco para a Saúde Pública.

Doenças negligenciadas, entre elas a Leishmaniose, aumenta no Brasil desde 1999

Brasil perde R$ 9 milhões anuais com Mal de Chagas

(Rádio ONU em Nova York)

Negligenciadas

Dado está no relatório da OMS sobre doenças tropicais negligenciadas; país também está entre nações com mais casos de dengue na América Latina, e de leishmaniose no mundo.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, informou que 1 bilhão de pessoas, a maioria em países pobres, estão sofrendo com doenças tropicais, também chamadas de infecções negligenciadas.

Num relatório, divulgado nesta quinta-feira, a agência sugere que os casos podem ser reduzidos, em grande proporção, com políticas eficazes.

Cooperação

A organização cita 17 males esquecidos entre eles: hanseníase, raiva, dengue, doença do sono, leishmaniose, doença dos rios e Mal de Chagas.
A OMS também chama a atenção para os prejuízos econômicos de doenças tropicais.

Segundo a agência, o Brasil perde o equivalente a pelo menos de R$ 9 milhões, por ano, com ausências trabalhistas por causa do Mal de Chagas. Em sete países sul-americanos, as perdas chegam a US$ 1,2 bilhão.

O médico especialista em doenças tropicais da OMS, Fábio Zicker, disse à Rádio ONU que a agência está investindo em cooperação para combater o problema.

Ferramentas

"Malária, turberculose, leishmaniose, filariose linfática são doenças associadas à situação precária de vida, situações sócioeconômicas e de saneamento. Não existe nenhum arsenal terapêutico eficiente capaz de controlar essas doenças.

Então há uma necessidade de promover o desenvolvimento científico, tecnológico e a rede, a colaboração de pesquisadores de diversos países para que se chegue às ferramentas do controle dessas doenças", explicou.

Metas do Milênio

As doenças tropicais negligenciadas têm apresentado um grande desafio ao cumprimento das Metas do Milênio.

Somente na América Latina, a dengue já contaminou mais de 1 milhão de pessoas nos últimos sete anos.

Seis países da região concentram 75% dos casos de dengue: Brasil, Costa Rica, Colômbia, Honduras, México e Venezuela.

Um outro desafio é a leishmaniose, uma doença predominantemente rural que atinge 1,6 milhão de pessoas anualmente.

Leishmaniose Visceral

Quase 90% dos casos de leishmaniose visceral ocorrem em alguns dos países mais pobres do mundo.

Três estão no continente asiático: Bangladesh, Índia e Nepal. Na África: Etiópia e Sudão. No continente americano, o Brasil é o único a fazer parte do grupo.

Ainda de acordo com a OMS, o Brasil tem obtido um forte aumento do número de casos de leishmaniose visceral desde 1999.

A doença, que era epidêmica em áreas rurais, passou a ser notificada também em cidades brasileiras

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Da série: A Leishmaniose tem tratamento!

Doenças por protozoários e várias viroses não tem cura parasitológica. Se se fizer os mesmos exames que se fazem nos cães em seres humanos vc constatará a presença de parasitas, o que é absolutamente normal e desejável. A persistência do patógeno no nosso organismo fica funcionando como uma “vacina”, termo chamado de “premunição”.


Os animais tratados são portadores não transmissores, pois a redução da carga parasitária passa a funcionar como estímulo imunogênico e o animal tem muito baixa capacidade de transmitir a doença.


É sempre bom lembrar que a leishmaniose, como a dengue, é doença infecciosa não contagiosa: não se transmite por contato. Não querer tratar o cão porque não tem cura parasitológica é ignorar os próprios mecanismos de fisiopatologia. A Dengue se combate eliminando o mosquito , a Leishmaniose se combate matando o cao ?


O problema da Leishmaniose é o manejo negligenciado do controle de vetores, por absoluta ignorância. Na leishmaniose visceral, matar o cão é ato tão inteligente como matar o ser humano para controlar a Dengue.


Aos mais refratários, é sempre bom lembrar que na Europa não se eutanasiam cães. Aliás, não há sequer recomendação dos ministérios da saude da espanha e itália em recomendar a eutanásia de cães, porque: 1º não existem trabalhos científicos que comprovem a eficácia da eutanásia, mas há vários trabalhos que demonstram que o animal tratado perde muito significativamente o risco de tornar-se um transmissor.




Prof.M.Sc. André Luis Soares da Fonseca
Médico Veterinário
andre.fonseca@ufms.br


Fonte: Amigo do Bicho




A Leishmaniose Visceral Canina tem tratamento. 


O Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina pode ser feito utilizando diferentes drogas. As drogas para o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina são muito baratas e podem ser, inclusive, manipuladas em farmácias. O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina exige compromisso tanto do Médico Veterinário como do proprietário. 


O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina não é proibido


O que está proibido no Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina é o uso de Medicamentos da linha humana, mas mesmo esta proibição de uso de Medicamentos para o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina está sendo questionada judicialmente pois uma Portaria Ministerial não tem competência legal para proibir um tratamento de Leishmaniose Visceral Canina. Somente a Lei, em sentido estrito, pode impedir o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina.


Esclarecimentos Finais


1 - A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença infecciosa não contagiosa.

2 - As principais pessoas que contraem a doença são, de algum modo, imunodeficientes, em sua grande maioria.

3 - A LVC é uma doença totalmente tratável e curável clinicamente, mas como a grande maioria de doenças causadas por protozoários (ex: Doença de Chagas nos seres humanos), o portador geralmente não obtém a cura parasitológica, assim no cão como no ser humano.

4 - A Organização Mundial de Saúde não recomenda a eutanásia como método de controle da LVC. Porém, o Ministério da Saúde não aceita o tratamento e nem reconhece ou recomenda a vacina, a despeito de países de 1º mundo, como Espanha, França, Itália e Alemanha tratarem seus animais regularmente.

5 - A Constituição Federal do Brasil garante ao proprietário que o mesmo não é obrigado a sacrificar o seu cão, pois é sua propriedade, e se o Poder Público o fizer, poderá ser acionado por crime de Abuso de Autoridade (o servidor público) e ainda responder por danos materiais e morais, se assim o desejar o proprietário.

6 - Recomendamos o tratamento do animal desde que com o acompanhamento e responsabilidade de médico veterinário habilitado para garantia do proprietário, seu animal e de toda a população.

7 - Frisamos que os trabalhos científicos respeitáveis apontam como métodos efetivos de controle da doença o uso regular de coleiras e produtos inseticidas nos cães e o desenvolvimento de vacinas, não sendo, de modo algum, recomendada a eutanásia como método de controle da LVC.


110 mil cães infectados com Leishmaniose em Portugal

Cerca de 110 mil cães portugueses estão infectados com Leishmaniose canina, uma infecção grave transmitida por um mosquito (o flebótomo). Esta é uma doença que é transmissível ao homem e, por isso, constitui um risco para a saúde pública. 

A taxa de prevalência está aumentando, pelo que é cada vez mais importante apostar-se na prevenção, alerta Rodolfo Neves, médico veterinário e membro da Leishnet, a primeira rede epidemiológica da Leishmaniose canina na Europa, criada pelo Observatório Nacional das Leishmanioses.

Este número resulta de um estudo levado a cabo entre 1 de abril e 31 de agosto deste ano, em 101 centros de atendimento médico-veterinário de Portugal continental e ilha da Madeira, que reportaram o rastreio de 445 animais. Deste total, registaram-se 137 casos positivos (dos quais 105 são novas infecções), sendo Lisboa a região do país com maior número de casos por distrito (33). Foi também o distrito que mais participou nas ações de rastreio (111 fichas recebidas). Uma extrapolação nacional permite deduzir que, em igual período, cerca de 1.000 novos cães desenvolveram a doença, ou seja, 6% da população canina nacional. 

Rodolfo Neves alerta para o fato de os número do estudo referirem-se apenas a cães que têm dono e acompanhamento médico-veterinário regular. “Por todas as razões, mas também por esta, o abandono de animais infectados pode constituir um grave perigo para a saúde púbica. Os cães abandonados têm uma pior alimentação e estão mais sujeitos a parasitas, bactérias e vírus, passando a ser autênticos disseminadores de doenças”, avisa.

Este primeiro relatório da Leishnet será divulgado no Encontro Nacional da Ordem dos Médicos Veterinários que terá lugar este fim-de-semana, no Monte de Caparica. De acordo com este médico-veterinário, o estudo permitiu concluir que todos os distritos de Portugal continental apresentam seropositividade (de 1% a 15%), o que significa que há risco de infecção em todo o território e esta taxa tem tendência para aumentar. Rodolfo Neves explica que o flebótomo beneficia com o aquecimento global, o que significa que, a manter-se o aumento da temperatura no planeta, podemos assistir a um crescimento da presença deste inseto. Neste momento, a atividade do mosquito desenvolve-se essencialmente entre Abril e Novembro.


PERGUNTAS & RESPOSTAS

Como se transmite?
A Leishmaniose canina é causada pelo parasita Leishmania e transmitida por um inseto chamado flebótomo (Leishmania infantum). Uma vez infectado, o cão passa a ser uma espécie de reservatório da doença, podendo transmiti-la a outros cães e ao ser humano (zoonose).

Como se manifesta?
Há que esclarecer, primeiro, que nem todos os cães infectados com o parasita Leishmania desenvolvem a doença, por possuirem anti-corpos. E há animais que não manifestam sinais da doença, embora estes casos sejam raros. Os primeiros sintomas a aparecer são, geralmente, a perda de pêlo, descamação (sobretudo na zona da cabeça, cauda e patas) e seborreia. Se não for tratada, a doença alastra pelo resto do corpo, podendo surgir úlceras, escaras e febre. Sendo uma doença sistêmica, afeta invariavelmente os rins, causando insuficiência renal crônica (nesta fase, o cão urina com mais frequência, bebe mais água, fica prostrado e perde peso). Assim que estes sinais começaram a surgir, o cão deve ser imediatamente encaminhado para o médico veterinário. Nos casos mais graves, a leishmaniose pode causar a morte do animal ou obrigar a eutanasiá-lo, para que não sofra mais.

Há cães mais propensos à doença do que outros?
De acordo com Rodolfo Neves, esta é uma doença que tem tendência a atingir mais os cães de raças não autóctones, como os retriever de labrador, rottweiler, o pastor alemão e o boxer, e mais os machos (prevalência de 67%). Alguns estudos indicam que a pelagem longa tem um efeito de proteção, uma vez que o mosquito prefere áreas sem pelo, mas este fato ainda carece de confirmação científica. Antes, a Leishmaniose canina era uma doença com maior prevalência nas zonas rurais, mas o estudo agora concluído aponta para que se esteja a tornar cada vez mais urbana, devido à existência de jardins e espaços verdes com condições para a reprodução e desenvolvimento destes mosquitos.

O que fazer para proteger o meu cão?
A prevenção é, de fato, indispensável no caso da Leishmaniose, uma vez que não existe vacina contra a doença. Rodolfo Neves aconselha a fazer um rastreio anual à doença, especialmente entre os meses de Janeiro e Março. Devem-se proteger os cães com um inseticida com efeito replente sobre o flebótomo, sendo as mais eficazes as coleiras impregnadas de deltametrina, que têm a duração de seis meses.

Que tratamentos existem?
Rodolfo Neves alerta para o fato de a prevenção ser muito mais barata do que o tratamento, a todos os níveis. Se o animal for tratado aos primeiros sinais da doença, através de medicação oral ou injeções, pode recuperar clinicamente, mas, mais cedo ou mais tarde, irá desenvolver uma recidiva. Passa a ser um cão com necessidade de uma maior prevenção e uma maior vigilânciância médica.

 
Nota: 
 
Mesmo com a ocorrencia de aumento de casos de Leishmaniose  em Portugal, os animais são tratados.

O BRASIL É O ÚNICO PAÍS QUE MATA ANIMAIS COM A DESCULPA DE CONTROLE DA LEISHMANIOSE. TODOS OS OUTROS TRATAM.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Proprietários não podem recusar eutanásia de cães com leishmaniose em Campo Grande

Animais diagnosticados com leishmaniose poderão ser submetidos à eutanásia em Campo Grande (MS), independente de consentimento dos proprietários. Mas a decisão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mantém vedado o ingresso de agentes do Centro de Controle de Zoonoses local em residências sem a concordância expressa do morador.

A determinação é da Corte Especial, que confirmou decisão do presidente do STJ, ministro Ari Pargendler. O entendimento atende em parte pedido de suspensão de liminar apresentado pela União contra decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3).

Segundo a União, a leishmaniose é doença com alto índice de letalidade, principalmente em crianças com menos de 1 ano e adultos acima de 50. Na capital sul-mato-grossense, entre 2006 e 2008 teria havido 32 mortes em quase 400 casos da doença. De acordo com o pedido, o tratamento do cão infectado não atende à saúde pública, por não reduzir o papel do animal de reservatório do parasita, apenas reduzindo os sinais clínicos.

Por isso, o ente federativo afirmou não ser possível deixar à discricionariedade do dono do animal a realização do controle e combate à enfermidade grave em humanos. Nessa situação, a preservação do direito à propriedade violaria a supremacia do interesse público, ao colocar em risco a saúde pública, concluiu a União.

Mas o presidente do STJ não concordou com a alegação em sua totalidade. Segundo seu entendimento, a inviolabilidade do domicílio decorre da Constituição. Dessa forma, a decisão que a preserva não poderia ser tida como ofensiva à ordem ou saúde públicas.


Conforme o ministro presidente, por outro lado, manter a exigência de consentimento para a eutanásia e autorizar a recusa do sacrifício do animal doente pelo proprietário, mesmo mediante termo de responsabilidade ainda que condicionado à supervisão de veterinário, pode não evitar a transmissão da doença, o que gera potencial de grave lesão à saúde pública.

A decisão conclui que, se o animal estiver em via pública, os agentes de controle de zoonoses podem proceder aos exames sanitários e às consequências necessárias.

 

Sacrifício por leishmaniose será feito sem autorização do dono do animal

Donos de animais com leishmaniose em Campo Grande (MS) terão os bichos sacrificados mesmo contra a vontade. A decisão foi tomada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendendo ao pedido feito pela União para derrubar uma liminar expedida pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), mas ainda permanece a regra de que a entrada nas residências só pode ser feita com a autorização dos moradores.

A Justiça entendeu que o tratamento do animal não altera a condição de portador do parasita, podendo, mesmo sem os sinais clínicos, haver a transmissão da leishmaniose.

Conforme o ministro presidente do STJ, Ari Pargendler, a assinatura de um termo de responsabilidade por parte do dono do animal, mesmo com o acompanhamento veterinário, não evita a transmissão.

Pargendler, por outro lado, foi contra a violação de domicílio em função do sacrifício obrigatório por ir contra a Constituição.

Ele entendeu que a decisão que preserva a inviolabilidade não pode ser vista como contrária à manutenção da ordem ou da saúde pública.

Caso o animal esteja em via pública, os agentes do controle de zoonoses podem fazer os exames e prosseguir com o sacrifício, caso seja necessário.
Ele entendeu que a decisão que preserva a inviolabilidade não pode ser vista como contrária à manutenção da ordem ou da saúde pública.

A leishmaniose tem altos índices de letalidade principalmente em crianças menores de 1 ano e adultos acima de 50. Em Campo Grande houve 32 mortes em quase 400 casos da doença, segundo a União, entre 2006 e 2008.

 FONTE: JUSBRASIL