terça-feira, 26 de abril de 2011

Justificativa do PL 510/10, e andamento da tramitação do veto na ALESP

TRAMITAÇÃO DO VETO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

O presidente do CRMV-SP, Dr. Francisco Cavalcanti,  lutou incansavelmente para que o PL 510/10 não fosse aprovado na Casa Legislativa,  depois solicitou o veto ao então Governador, Dr. Alberto Goldman, fazendo em seguida a mesma solicitação ao Secretário de Saúde, Dr. Luiz Roberto Barradas Barata


Em contrapartida a ANCLIVEPA Brasil encaminhou ao então Governador, Dr. Alberto Goldman, uma carta de apoio à aprovação do referido Projeto de Lei 510/10, porém sem sucesso.


Infelizmente em 15 de Julho o então Governador, Dr. Alberto Goldman, atendeu à solicitação do presidente do CRMV-SP, Dr. Francisco Cavalcanti, e vetou o PL 510/10

Não obstante, ao saber da tramitação do veto na ALESP, o Dr. Francisco Cavalcanti encaminhou ao Presidente da Casa, deputado estadual Barros Munhoz, uma solicitação para que impedisse a tramitação do veto.

Em 31 de Janeiro de 2011 a ANCLIVEPA Brasil divulgou uma Carta Aberta à População, onde esclarece sua analise e posicionamento diante da LVC no Brasil


Recentemente a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de São Paulo emitiu um parecer contrário ao veto, o mesmo aconteceu na Comissão de Saúde que também emitiu um parecer contrário ao veto, solicitado ao governador pelo presidente do CRMV-SP, Dr. Francisco Cavalcanti.

Em Junho de 2008, logo após a Lei Estadual 12916/08, de autoria do deputado estadual Feliciano Filho, que acaba com a matança indiscriminada de cães e gatos nos Centros de Controle de Zoonoses, Canis Públicos e congêneres ser sancionada, o CRMV-SP, presidido pelo Dr. Francisco Cavalcanti, impetrou um Mandado de Segurança Coletivo, na intenção de derrubá-la.

Cabe portanto o questionamento se tal atitude contempla os anseios de toda classe médico veterinária, que votaram e o elegeram para tal cargo representativo.

JUSTIFICATIVA PL 510/10


A Leishmaniose Visceral é considerada uma antropozoonose (doença que se transmite dos animais aos homens e vice-versa) e atualmente está entre as seis endemias prioritárias do mundo (OMS). Essa doença apresenta ampla distribuição mundial e mais de 90% dos casos que ocorrem na América Latina, são diagnosticados no Brasil.

O cão é o portador mais bem estudado e por isso é considerado o principal reservatório doméstico, servindo como fonte de infecção para o inseto vetor. Porém outros animais como gatos, raposas, gambás, roedores, também são reservatórios da doença.

Hoje, um decreto federal do senado, nº 51.838, de 14 de março de 1963, condena todos os animais com suspeita de Leishmaniose Visceral Canina a serem eutanasiados, e como se não bastasse, uma portaria interministerial nº 1.426, de 11 de julho de 2008, proíbe o tratamento de cães com a doença com produtos de uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Ao contrário do que tem sido divulgado, a OMS e vários pesquisadores questionam a eficácia do sacrifício de animais como medida de combate à doença, visto que mesmo com a matança de animais por sucessivos anos, o número de pessoas infectadas com a doença só tem aumentado.

O Brasil é o único país do mundo que mata animais com leishmaniose como forma de controle da doença. E os resultados globais apresentados pelo Ministério da Saúde denotam que a adoção de tal técnica não tem obtido os resultados esperados.

Atualmente, os principais métodos utilizados para o diagnóstico sorológico são: o ELISA (Reação Imunoenzimática) e a RIFI (Reação de Imunofluorescência Indireta) utilizando antígenos totais, e objetivam detectar anticorpos contra Leishmania. Porém estes apresentam um alto índice de resultados falso-negativos, pela demora em apresentar a produção de anticorpos para o teste detectar (em média três meses após ser infectado), e também de resultados falso- positivos, já que outras doenças podem apresentar reações cruzadas como: chagas, toxoplasmose, erliquiose, co-infecção por erliquiose e babesiose e neosporose (Zanette, et al., 2006).

Estudos indicam que os diagnósticos sorológicos apresentam um índice de resultados falso-positivos chegam a 48% e devem ser utilizados, estritamente, para levantamento epidemiológico e nunca como critério de diagnóstico da doença.

Os exames parasitológicos são os mais indicados para o diagnóstico seguro e são considerados como o teste padrão ouro para o diagnóstico da doença. Os testes sorológicos utilizando proteínas recombinantes aumentam a especificidade do teste minimizando a ocorrência de reações cruzadas, mas que, ainda assim, ocorrem em número expressivo.

O exame parasitológico direto é realizado por meio de punção de órgão linfóides, como linfonodos, baço e medula óssea. Trata-se de um teste de alta especificidade. Ou seja, uma vez visualizado o parasito, não há dúvidas quanto à positividade da amostra. É considerado o mais confiável por especialistas para a confirmação do estado de portador.
O Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana do Estado de São Paulo não preconiza a realização de exames de contraprova e se este, por motivos de força maior (solicitação judicial) for realizado, só serão aceitos os resultados obtidos de Laboratório de Referência Estadual. Esse importante fato, isoladamente, já condena a morte de milhares de cães, cujo primeiro exame diagnóstico, devido a sua precariedade, pode ter acusado falso positivo, além de impor ao proprietário do animal, que contestar o resultado positivo, a obrigatoriedade de sobrecarregar ainda mais Poder Judiciário, com um processo que pode levar anos para ser concluído, piorando ainda mais a situação, principalmente no caso do animal ser realmente portador e reservatório da zoonose, uma vez que o mesmo, até a confirmação não será tratado.

Sendo assim, para evitar que animais sejam mortos indevidamente, para um diagnóstico de certeza para a LVC, para termos o conhecimento real e preciso da quantidade de animais infectados com essa importante zoonose, a fim de proteger os humanos, entendemos que o procedimento diagnóstico mais eficaz e seguro seria através da realização de uma triagem sorológica (e.g., RIFI e ELISA), e nos cães com resultados positivos realizar a confirmação por algum dos métodos parasitológicos, para aumentar a possibilidade de diagnóstico da infecção ativa e minimizar a possibilidade de reação cruzadas. Os métodos de imunomarcação (imuno-histoquímica ou imunocitoquímica) aumentam a capacidade dos métodos parasitológicos em detectar o parasito.

Somente embasados em dados técnicos confiáveis sobre o número real de animais infectados pela Leishmaniose Visceral Canina poderemos desenvolver técnicas mais eficazes para diminuir sua disseminação, possibilitando o controle ético e humanitário da doença e o correto tratamento em seres humanos.

Por todo o exposto, contamos com a elaboração desses Nobres Pares para a aprovação do Projeto de Lei em tela.






Sala das Sessões, em 9-6-2010





a)      Feliciano Filho - PV



     




terça-feira, 19 de abril de 2011

Prefeito de Alto do Rodrigues explica matança de 26 cães no município


Foto: Alto Notícias

Júlio Pinheiro - repórter

Um vídeo que circula na Internet está provocando revolta nas redes sociais. No fim de semana, a Prefeitura de Alto do Rodrigues sacrificou 26 cães e enterrou os animais em um lixão da cidade. De acordo com o prefeito local, Eider Medeiros, a Prefeitura recolheu 50 cães de rua e os veterinários diagnosticaram que 26 animais tinham calazar, e por isso foram sacrificados e enterrados no domingo (17). Segundo o prefeito, a postagem do vídeo na Internet teve motivação política.

No início da tarde desta segunda-feira (18), um vídeo postado no YouTube mostrava o momento em que funcionários da Prefeitura do Alto do Rodrigues, utilizando uma carrocinha cedida pela Prefeitura de Assu, enterravam os cães em uma vala no lixão próximo à cidade.

O prefeito explicou que apenas animais de rua foram sacrificados e, mesmo antes do resultado de exame laboratorial, dois veterinários da Prefeitura do Alto do Rodrigues atestaram que os cães portavam leishmaniose viceral, mais conhecida como calazar. A doença é comum em homens e cães, sendo mais aparentes os sintomas nos animais. O prefeito Eider Medeiros disse que os cães foram sacrificados para conter um possível surto da doença na região.

"Nós estamos fazendo uma campanha para combater o calazar. Durante toda a semana informamos na rádio e em carros de som que haveria o recolhimento de cães que estivessem nas ruas e os donos teriam 24 horas para ir buscar os animais. Na sexta e sábado recolhemos os animais, 24 foram retirados pelos donos e os outros 26, com claros sintomas de estágio avançado de calazar, precisaram ser sacrificados e enterrados", explicou Eider Medeiros.

Com uma população de aproximadamente 12 mil pessoas, Alto do Rodrigues tem, segundo o prefeito, quase 2.400 cães. De acordo com Eider Medeiros, a atitude de sacrificar os animais antes do resultado do exame laboratorial foi necessária para evitar que outros animais pudessem ser contaminados. "As amostram foram enviadas para Mossoró e teremos os resultados mais à frente, para constar. Os veterinários viram o estado dos cães e era claro que eles estavam com a doença", disse.

Sobre o local onde os animais foram colocados, o prefeito explicou que membros da vigilância sanitária da cidade teriam liberado a vala como destino para os animais mortos. De acordo com ele, os técnicos garantiram que não há risco de contaminação de pessoas ou outros animais com os restos da cães mortos (e supostamente doentes) no lixão.

"Esse vídeo foi coisa do pessoal do DEM, que está revoltado porque deixaram o poder depois de 30 anos. São adversários desesperados", acusou Eider Medeiros.

Assista aos vídeos com as cenas de horror.
o transporte:

a chegada da carrocinha no lixão

o sepultamento:


Foto/Vídeos: Alto Notícias

Nota - Como sempre, na dúvida, mate o cachorro.
Essa é a política para o controle da Leishmaniose no Brasil.
O Brasil é o único país do mundo que mata cães como forma de controle da doença.
Não existem evidências científicas que comprovem a eficácia da matança.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Rio Preto é sede de evento contra a leishmaniose no noroeste paulista

           Rio Preto é sede de evento contra a leishmaniose no noroeste paulista

Cidades da região registraram muitos casos da doença no ano passado        


São José do Rio Preto será sede de um evento contra a leishmaniose no noroeste paulista, nos dias 8 e 9 de abril. O objetivo do I Seminário de Leishmaniose Visceral é conscientizar e para encontrar medidas efetivas para a redução da doença, como o encoleiramento em massa dos cães e a castração de animais.

“Nossa comissão pretende levar a discussão ao governo do Estado de São Paulo para apresentar as soluções existentes e ampliar as medidas para outras cidades do Estado”, enfatiza a presidente da comissão do Meio Ambiente da OAB de Jales e Defensora dos Animais, Vivi Vieri

O evento é realizado pela diretoria da 63ª subseção da OAB de Jales, através de sua Comissão do Meio Ambiente, pela a Associação Jurídica de Defesa Ambiental e Animal (AJUDAA) e pela Comissão do Meio Ambiente da OAB de Rio Preto.

Cidades como Araçatuba, Bauru, Jales e Santa Fé do Sul registraram alto número de casos de leishmaniose visceral no ano passado, que é uma grave doença de saúde pública por se tratar de uma zoonose de alta letalidade. Entre os palestrantes está o Médico Veterinário e Gerente Técnico da Intervet/Schering-Plough Animal Health, Andrei Nascimento, que abordará sobre prevenção, apresentando a importância da coleira impregnada com deltametrina a 4% (Scalibor®) e da sua utilização em larga escala. A palestra acontece no dia 9, às 8h30. 
 
Encoleiramento em massa no Brasil
 
Para combater o avanço da doença no País, o Ministério da Saúde fará um projeto-piloto de encoleiramento em massa de cães como uma das medidas de controle da leishmaniose visceral a partir de 2011. O projeto-piloto será um estudo para avaliação da coleira impregnada com deltametrina a 4% quando utilizada em larga escala, como ferramenta adicional no Programa Federal de Controle da Leishmaniose Visceral. 
 
As coleiras (Scalibor®, da Intervet/Schering-Plough Animal Health) serão distribuídas gratuitamente pelo governo para 20 cidades brasileiras consideradas endêmicas, contempladas no estudo. 
 
A Scalibor® é uma coleira impregnada com deltametrina a 4%, princípio ativo repelente e inseticida recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma das ferramentas que auxiliam na prevenção da leishmaniose visceral.
Sobre a leishmaniose visceral

A leishmaniose é transmitida, principalmente, através da picada de um mosquito conhecido popularmente como “mosquito palha”. O cão tem um importante papel na manutenção da doença no ambiente urbano visto que pode permanecer sem sintomas mesmo estando doente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a leishmaniose visceral registra anualmente 500 mil novos casos humanos no mundo com 59 mil óbitos. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% das ocorrências. Na América Latina, ela já foi detectada em 12 países e, destes, cerca de 90%dos casos acontecem no Brasil, onde, em média, 3.500 pessoas são infectadas anualmente. 
 
Apesar de classificada como doença de caráter rural, a boa adaptação do mosquito transmissor à vida urbana tem permitido a rápida expansão da doença no Brasil. Os desmatamentos, processos migratórios e o crescimento desordenado também contribuem para essa expansão e alteração do perfil epidemiológico da doença.

“Por isso é de extrema importância adotar medidas preventivas para evitar que o cão seja infectado”, ressalta o Médico Veterinário e gerente Técnico da Intervet/Schering-Plough, Andrei Nascimento. “Pesquisadores estimam que nas áreas endêmicas, para cada humano doente, existam 200 cães infectados”, finaliza. 
 
Serviço:
I Seminário de Leishmaniose Visceral do Noroeste Paulista
Data: 08 e 09 de abril
Local: Casa do Advogado de Rio Preto
Endereço: Av Brigadeiro Faria Lima, 5853
Informações e Inscrições: leishmanioserp@gmail.com ou (17) 3632-2838